21 de abr. de 2014

Entre as refeições.

Não era sequer hora do almoço e eu já havia cometido ao menos três grandes erros. Eu torço pelo dia em que eu faça as coisas da maneira certa, ou menos dolorida. Mas eu preciso do caminho que tenha gosto de sangue na boca, que é pra eu não esquecer que no meio disso tudo, eu tô viva.

Se não é o caminho de gosto férreo, é o caminho com gosto salino, escorrendo pelo rosto, queimando. Não existe jeito de fácil de fazer as coisas, não pra gente como eu. Só mais uma cicatriz, é quase vício. Porque eu não posso esquecer de como isso tudo foi. Não que adiante alguma coisa, ou eu aprenda alguma lição. Eu vou e faço tudo de novo e de novo e de novo. Eu repito os erros e grito no banho, sem som. Que raiva. Que inferno.

O peso das consequências me fazem curvar, e eu beijo o chão. Eu gosto do cheiro do asfalto, porque é cheiro de casa. Ao menos é dor, e não vazio.

Se a preguiça deixar, antes da janta eu levanto.

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